terça-feira, 8 de março de 2016

Ciências: A Crise da Água - você sabe quanto de água você consome por dia?


     Há um ano atrás já falávamos da crise de falta de água que afeta o planeta.  Eu mesma registrei essa questão neste blog:  "Educação:  Terra, Planeta Água"

     Desde então, pouca coisa mudou. Precisamos continuar a debater sobre a má utilização da água, educar a população e apoiar novas campanhas sobre o uso consciente dos recursos  naturais e chamar à responsabilidade de cada cidadão no desenvolvimento sustentável do planeta, como a campanha "Menos é Mais"

     Apesar da grande abundância de água no planeta Terra (70% da superfície terrestre), a água própria para consumo é escassa, e precisamos lembrar que é um recurso natural cujo uso deve ser racionalizado e, que se não for preservado, poderá se esgotar.

     A quantidade e a qualidade da água estão sendo afetadas pela ação do homem especialmente pelas atividades industriais, ocupação urbana desordenada, agricultura, mineração, etc.

     Não basta somente fechar a torneira quando se escova os dentes ou reduzir o tempo do banho, precisamos evitar o desperdício de uma forma geral, inclusive o desperdício de alimentos.

     Você sabe o quanto de água você consome indiretamente por dia?

     As pessoas não usam água só para beber, comer ou lavar.  Precisamos da água para cultivar a comida e também na fabricação de roupas, carros e computadores. 

     Podemos ter uma ideia da quantidade da água necessária para produzir bens e serviços que usamos através da rede "Water FootPrint"   e sentir o peso da responsabilidade quando deixamos um prato de comida estragar ou jogamos fora alguma coisa que poderia ser utilizada ou reaproveitada.




     Saber o quanto gastamos de água é, no final, uma conta difícil, mas a verdade é que devemos sempre estar conscientes que evitando desperdício, também estamos economizando água!



Fontes:

http://www.waterfootprint.org
http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/menos-e-mais-diz-globo-em-nova-campanha







domingo, 6 de março de 2016

Mundo: Fome X Desperdício de Alimentos

     Desde pequena vejo minha avó ensinando as pessoas a utilizar a casca da banana, a casca da laranja, a casca da batata, a borda verde da melancia, a casca de ovo torrada e moída para misturar na farofa como suplemento natural de cálcio! O angu de banana verde que hoje ficou famoso como biomassa de banana verde,  opera milagres na saúde de muitas pessoas há muitos anos!

     Você sabia que 1/3 da comida do mundo vai para o lixo?

     Você sabia que com esse "lixo" daria para alimentar 2 bilhões de pessoas?

     O desperdício de alimentos, quando milhões de pessoas passam fome no mundo, choca as pessoas e, atualmente, muitos especialistas em reaproveitamento de comida se tornaram ativistas contra o desperdício de alimentos.

     Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO - Food and Agriculture Organization of the United Nation)  jogamos fora cerca de 1,3 bilhão de toneladas por ano de alimentos, que seria suficiente para alimentar mais do que o dobro de pessoas que hoje passam fome! Isso equivale a um desperdício de 750 bilhões de dólares e, em recursos naturais, 250 quilômetros cúbicos de água.

     O desperdício acontece de diversas formas e em todos os lugares e isso pode ser evitado. Nos países pobres, muitos alimentos se perdem após a colheita, devido à falta de armazéns adequados, e de sistemas rodoviário e ferroviário inadequados ocasionando a dificuldade na distribuição, fala de sistema de refrigeração para a conservação dos alimentos, etc. Nos países ricos, o desperdício ocorre mais em etapas posteriores, quando os intermediários (varejistas) exibem produtos demais nas bancadas e os consumidores jogam fora alimentos e sobras que poderiam ser utilizados apenas por estarem "feios".

     Não podemos esquecer também o impacto ambiental gerado pelo desperdício de alimentos, pois na sua produção, utilizamos recursos como água, fertilizantes, sementes, pesticidas, combustíveis e a própria terra, entre tantos outros - quando se desperdiça os alimentos, também estamos desperdiçando todos esses recursos que foram gastos e ainda emitindo gases de efeito estufa desnecessários.

     O desperdício de alimentos é o 3o maior emissor de CO2 do mundo. A FAO estima que os alimentos desperdiçados correspondem à emissão de 3,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano.




     O consumidor final tem um grande impacto nesse esquema de desperdício pois grande parte do descarte de alimentos acontece por não terem o tamanho, a cor, a doçura desejados ou apresentarem marcas, machucados, arranhões, queimaduras, rachaduras ou qualquer "defeitinho aparente".  São feios?  Sim, talvez sejam, mas deixaram de ser nutritivos?

     As bananinhas da foto ao lado seriam desperdiçadas no mercado: cacho pequeno, frutas pequenas - mas são doces e orgânicas!

     Você sabia que, "para a produção de 1 kg de banana são utilizados 500 litros de água (Water food print 2011)?  A casca corresponde de 30 a 40 % do peso, ou seja, a cada quilo de banana consumido, se jogarmos a casca fora estamos desperdiçando 200 litros de água?  1 Banana média pesa em torno de 120 g, ou seja, precisa de 60 litros de água para ser produzida e, quando jogamos a casca dela fora, estamos também jogando 24 litros de água que foram utilizados para essa banana ser produzida, o que daria para tomar 3 minutos de banho ou dar 2 descargas no banheiro ou lavar o rosto 2 vezes (Sabesp 2014)"


     Você já se perguntou o que o supermercado faz com toda a sobra que não compramos???  
     E os restaurantes?
     Porque esses alimentos não são doados?
     O que podemos fazer para reduzir o desperdício?

     A recuperação de alimentos descartados agora é um tema urgente que precisa ser discutido mundialmente.   








Fotos © Copyright  Ana Helena Barcellos

Fonte de Pesquisa:
National Geografic - Março 2016






quinta-feira, 3 de março de 2016

Política Ambiental: O Maior Desastre Ambiental do Brasil



     Política Ambiental é o nome que é dado a um conjunto de ações e práticas tomadas a fim de preservar o meio ambiente e garantir o desenvolvimento sustentável do planeta. E onde está a Política Ambiental do Brasil?

Povoado de Bento Rodrigues após o rompimento da Barragem do Fundão (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
     O ano de 2015 foi marcado pelo maior desastre ambiental do Brasil. Um desastre ecológico de proporções catastróficas ocasionado pelo rompimento de uma Barragem da Mineradora SAMARCO - Barragem do Fundão -  em Minas Gerais, no dia 05 de novembro,  destruindo a cidade história de Mariana e matando o Rio Doce.    Essa tragédia é apenas mais um entre tantos outros exemplos da ausência de uma Política Ambiental séria no país, além de total ausência de fiscalização e licenciamento ambiental.

     O resultado deste desastre é bastante grave, resultando em 11 mortos e 12 pessoas desaparecidas. Além disso, houve contaminação do leito do Rio Doce com os resíduos de mineração, matando a flora e fauna, causando inúmeros danos ao ecossistema e à população que vive no caminho do rio. Foi uma perda muito grande para muitos fazendeiros e pescadores que dependiam da natureza para sobreviver, para a população das cidades ribeirinhas do Estado de Minas Gerais até  o Espírito Santo,  e também para a foz do Rio, aonde existia um berçário ecológico.  A destruição está longe de terminar. Ainda não se pode determinar a extensão do dano pois os resíduos continuam a se espalhar, prejudicando rios, flora, fauna, cidades  e pessoas - tudo o que estiver no seu caminho!

     Os dejetos tóxicos contidos na mistura de rejeitos e lama da Barragem além de matar o Rio, penetram no solo e podem infiltrar no lençol freático inviabilizando o uso da água de poços e o plantio em toda a área atingida.

     A empresa ainda mantém duas outras barragens na região sujeitas à erosão - a Barragem de Santarém, que transbordou ao receber todos  os dejetos com o rompimento da Barragem do Fundão  e a Barragem de Germano. A própria empresa SAMARCO admite que outras barragens podem se romper em Mariana.

     Já foi noticiado que o Estado de Minas Gerais possui mais de 100 barragens sem fiscalização e que das 317 represas de contenção de rejeitos conhecidas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral, 95 não constam do plano de segurança e por isso não são fiscalizadas!

     Consultei pessoalmente um engenheiro especializado neste tipo de obras que me explicou em detalhes o que acontece com este tipo de barragem: "O filtro (uma espécie de dreno) colmata (termo utilizado na engenharia civil para explicar acumulo de resíduos que faz um filtro parar de funcionar), o nível de água sobe, as pressões aumentam e a barragem se rompe." Não adianta culpar a natureza, o excesso de chuva pelo acidente quando o grande vilão é este filtro.

     Segundo o engenheiro civil, Dr. Neri Lucio Gomes de Freitas "as barragens de Terra são monstros adormecidos, que podem acordar a qualquer momento, principalmente em épocas de chuvas." Ele explica que até as menores que chamamos de açudes se rompem a toda hora povoando os rios de várias bacias hidrográficas com peixes criados em cativeiro, que não faziam parte daquele ecossistema - por isso não se pode construir açudes e barragens sem licença ambiental.

     Para ele, "as barragens de rejeito (restos de mineração) deveriam ser construídas em concreto - o concreto segura o rejeito acumulado passando a água que normalmente corre na barragem a verter (sair) no topo da barragem (vertedouro), em um canal ou descida em degraus -  mas isso encarece muito a obra".  

     As mineradoras devem ser responsabilizadas pela manutenção dessas barragens,  devem dar destinação correta ao rejeito acumulado - que deveria ser reaproveitado nas indústrias, em vez de ficar exposto causando problemas ao meio ambiente.

     E o governo deve fiscalizar e garantir que tudo seja devidamente cumprido e a sociedade precisa se mobilizar para exigir isso - como está sendo feito através desta petição pública.

Entrevistado:
Neri Lucio Gomes de Freitas - Engenheiro Civil

Petição Pública Requerendo Providências: